Ordem Terceira do Seráfico São Francisco

Tebas

Praça Ouvidor Pachêco e Silva, 40 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP, Brasil

A Ordem Terceira do Seráfico São Francisco foi erguida em taipa de pilão no século 18.  O escritor e jornalista Abílio Ferreira explica: “Ali, onde está o prédio da Secretaria da Fazenda”, aponta ele, “havia um convento mais antigo ainda, de 1592. Foi demolido em 1928 para fazer esse prédio e alargar a avenida Rangel Pestana. Essa igreja que sobrou é um vestígio dos três vértices do triangulo histórico, que inclui também o convento de São Bento e o de São Francisco. E Tebas tem obras nessas três pontos do vértice”.

Ferreira escreveu o livro Tebas: um negro arquiteto na São Paulo escravocrata e de acordo com sua pesquisa: Tebas foi o responsável pelo Chafariz da Misericórdia (1792), Torre da antiga Igreja da Sé (1755), ornamentos de pedra da fachada das principais igrejas paulistanas da época, como a da Ordem Terceira do Carmo (1775-1776), a do Mosteiro de São Bento (1766 e 1798), a da Ordem Terceira do Seráfico São Francisco (1783), além do enorme Cruzeiro Franciscano da cidade de Itu (1795). Construiu a torre do Recolhimento de Santa Teresa e o primeiro sistema de esgotos do antigo centro de São Paulo. Construiu o primeiro chafariz de pedra da cidade, com granito, numa época em que o granito era desconhecido. O Largo da Memória, ao lado do metrô Anhangabaú, projeto criado por Daniel Pedro Miller, foi construído por ele. O sambista Geraldo Filme pesquisou sua vida e compôs o samba-enredo “Tebas, o Príncipe Negro.” A primeira grande obra em que trabalhou foi a torre da antiga Igreja da Sé.

De acordo com a edição nº 268 do Sesc, Tebas nasceu em Santos e foi escravizado pelo português Bento de Oliveira Lima, um conhecido mestre de obras com quem teria aprendido o ofício de arquiteto. Com Lima, ele teria vindo para a cidade de São Paulo atrás de melhores oportunidades de trabalho, numa época de ebulição da construção civil.

A imagem do artista retratada aqui é uma pintura de Portinari: “Cabeça de negro” (1934), devido à ausência de fotos do arquiteto.

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