Motivado pela estética e pelo design das caligrafias, Mes3, como muitos grafiteiros da cidade de São Paulo, iniciou sua carreira através da pichação.

Suas primeiras referências vieram através do hip hop, revistas e fitas de vídeos, na sua maioria vindas do exterior, algo que influenciou o seu estilo.

Com uma relação genuína, compreende o graffitti como uma salvação de outros vícios, uma dinâmica que está presente na escolha das letras, Essa maturidade e ousadia de compreender a conexão entre o artista e a sua obra, se traduzem em um trabalho cuja base é bem definida.

Consciente de que a evolução é constante, acredita que o seu último graffitti será sempre o melhor. Com elementos que se repetem, como setas, coroas e estrelas cortadas, suas letras são ofensivas e tem um traço repleto de movimento, um desenho solto que interage com o espaço em que está inserido. Uma comunicação entre o suporte, no caso a parede e as mãos do artista, por esse motivo Mes3 não usa sketch, e seu trabalho tem esse aspecto de traduzir a efervescência da cidade.

A efemeridade do grafite e mais especificamente das letras, que não é algo fácil de ser compreendido e logo é rejeitado, não é um obstáculo e a essência disso é o prazer de fazer graffitti, ou seja, ainda que seu trabalho seja brevemente substituído por um muro cinza, Mes3 utiliza muitas cores e traços, uma disciplina e dedicação que diz muito sobre a arte urbana. Esse contraste com a cal se solidifica, resultando em um trabalho que provoca e dialoga com quem o cruza.