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A transformação da Casa Mário de Andrade em museu é recente: em 2018, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo requalificou a Casa, tendo em conta a proposta de criação da Rede de Museus -Casas Literários de São Paulo, da qual faria parte a Casa Mário de Andrade. O edifício faz parte dos três sobrados geminados que foram projetados por Oscar Americano no início da década de 1920, em estilo eclético em alvenaria e tijolos.

A primeira casa abrigava a mãe de Mário, D. Maria Luiza, sua madrinha tia Ana Francisca (tia Nhanhã) e sua irmã Maria de Lourdes. O sobrado do meio era de seu irmão mais velho, Carlos, e o último seria o do próprio Mário, quando se casasse.

Inspirado no mobiliário de revistas alemãs, Mário projetou sozinho os móveis de seu estúdio, sendo executados no Liceu de Artes e Ofícios. Mário também desenhou as estantes de sua grande biblioteca. Logo após a morte de Mário, em 1945, toda a sua coleção pessoal (móveis, livros, gravuras, pinturas, esculturas, objetos de arte popular, partituras, etc.) foi tombada pelo SPHAN — Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, na expectativa que nessas circunstâncias fosse criado o museu -casa em memória do poeta.

Por mais de vinte anos esse acervo foi mantido no imóvel quando, em 1968, se efetivou a aquisição dessa coleção pelo Governo do Estado de São Paulo. Foi determinada, então, a transferência desse acervo para o IEB – Instituto de Estudo Brasileiros da Universidade de São Paulo — USP, o que mudou os planos, na época, de criação do museu. O imóvel projetado por Oscar Americano é tombado em nível estadual pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueolôgico,  Artístico  e Turístico  — CONDEPHAAT, e em esfera municipal pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Cultural da cidade de São Paulo — CONPRESP.

Em 1974, após a conclusão do processo de tombamento do imóvel, a Casa recebeu o Centro de Estudos Macunaíma, dedicado ao teatro e a atividades de sensibilização. Desprovida de seus objetos, a casa passou por várias ocupações, tendo, no entanto, se tornado, na década de 1980, a sede do Museu de Literatura de São Paulo, que tinha, como Seção Técnica, a Casa Guilherme de Almeida, museu -casa do poeta modernista localizado no Pacaembu.

Na década de 1990, com a criação do programa ”Oficinas Culturais” pela Secretaria da Cultura, a Casa Mário de Andrade se tornou uma Oficina Cultural, dedicando-se a ministrar atividades gratuitas de f ormaçâo e difusão cultural em diferentes linguagens artísticas.

Após um curto período de reforma, a Casa de Mário de Andrade foi reaberta ao público em 2015, na ocasião em que se comemoraria o 70° aniversário de morte de escritor, marcada pela inauguração da já mencionada exposição de longa duração ”A Morada do Coração Perdido”, que resgatou a memória de Mário de Andrade em sua antiga residência.

No ano de 2018, a antiga residência do escritor tornou-se formalmente um Museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, tendo a antiga vocação museal da Casa se revivificado. A partir de sua musealização, que se encontra em desenvolvimento, o público pode visitar, além da exposição “A Morada do Coração Perdido” — que inclui objetos pessoais de Mório, móveis or iginais da Casa, textos, fotos e vídeos —, exposições de curta duração que localizam difer entes temas associados à trajetória do escritor.

Com o objetivo de aprofundar a pesquisa acerca do modernista e de fomentar a discussão com base em sua vida e sua obra, encontra-se em desenvolvimento o Centro de Pesquisa e Ref erência Mário de Andrade, cujas atividades têm localizado os diversos campos de trabalho do escritor.