Museu da Imigração do Estado de São Paulo - Rua Visconde de Parnaíba - Mooca, São Paulo - SP, Brasil
Com a reinauguração realizada em 2014, o Museu da Imigração, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, reabriu suas instalações com novo plano museológico e exposição de longa duração completamente reformulada. O prédio, tombado pelo Conpresp e pelo Condephaat, passou pelo primeiro restauro completo desde que teve sua construção finalizada, em 1888. Sediado no edifício da antiga Hospedaria do Brás – patrimônio público e importante ícone da história do estado e da cidade de São Paulo — o Museu da Imigração tem o objetivo de compreender e refletir o processo migratório a partir da história das 2,5 milhões de pessoas, de mais de 70 nacionalidades, que passaram pelo prédio entre os anos de 1887 e 1978.
Matheus Haüssler, natural de Stuttgart na Alemanha, foi o arquiteto responsável pelo projeto da Hospedaria de Imigrantes do Brás, bem como do Palácio dos Campos Elíseos (na Avenida Rio Branco), do Edifício Principal e Anexo Martha Watts (na Rua Boa Morte) e do Mercado de São João, em São Paulo. O edifício localizado na Mooca foi construído em alvenaria aparente, semelhante em diferentes detalhes construtivos ao do Colégio Piracicabano, principalmente nas janelas em arco pleno e frisos de alvenaria. Ao projetar a Hospedaria, o profissional desenhou um conjunto organizado em planta na forma de um “E” deitado, obedecendo a uma rigorosa simetria na fachada nobre.
A localização — entre a Mooca e o Brás — privilegia o debate que envolve questões relativas à memória da cidade. No entorno, a herança da grande imigração, que ocorreu no fim do século 19 e início do 20, convive com os fluxos contemporâneos e com os traços de outras regiões do País. A proposta atual da instituição é que o Museu se torne um espaço de articulação, promovendo reflexões sobre a experiência do deslocamento e a construção da identidade paulista a partir de múltiplas origens.
A exposição de longa duração “Migrar: experiências, memórias e identidades”, conta por meio de documentos, fotos, vídeos, depoimentos e objetos, como o processo migratório é um fenômeno permanente na história da humanidade. Apresenta ainda, um panorama da grande imigração ocorrida nos séculos 19 e 20, abordando o início das políticas imigratórias do país e detalhando o cotidiano da Hospedaria de Imigrantes. O público encontra também espaços de imersão – como uma sala que recria um amplo dormitório da antiga Hospedaria, com projeções em grande escala de trechos de cartas e trilha sonora especial.
E para reiterar que a história da migração humana não deve ser encarada como uma questão relacionada exclusivamente ao passado, o MI procura fomentar durante esse trajeto expositivo o diálogo sobre o tema como um fenômeno contemporâneo, reconhecendo a recepção dos milhões de imigrantes atuais e a repercussão deste deslocamento para a cidade.