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A artista chinesa Jennifer Wen Ma inventou uma ilha imaginária para a Barragem Santa Lúcia. Sua vegetação – assim como o pagode e toda a estrutura – foi meticulosamente pintada a mão com tinta nanquim preta. As plantas, inicialmente impossibilitadas de fazer fotossíntese por serem recobertas pelo pigmento, têm urgência de sobreviver e, com um esforço espetacular, brotam verdes e potentes em meio às folhas negras. Essa ilha sugere uma utopia invertida, onde a superação da suprema dificuldade nos torna felizes e fortes novamente.
Pedalinhos são disponíveis para o público chegar até a ilha e visualizar todos os seus delicados detalhes.
TEXTO DA ARTISTA
Ao aproximar-se do Parque Santa Lúcia, o visitante vê um jardim flutuante no meio do lago, que parece um desenho de nanquim ou a silhueta de um jardim chinês clássico. O jardim-ilha – com um pagode e plantas exuberantes pintadas com tinta chinesa preto – é accessível por pedalinhos que podem navegar seus canais.
Embora o estilo seja chinês, as plantas são indígenas e o pavilhão é feito de materiais brasileiros com técnicas de construção locais. As plantas e árvores negras não são petrificadas – estão vivas e vão crescer durante a exposição. Brotos verdes vão surgir e flores abrirão, surpreendendo a negrura à medida que o jardim evolui.
Ilha Encantada mescla a paisagem exuberante natural dos arredores da cidade com uma perspectiva asiática, criando um mundo onde as coisas não são o que, de início, parecem. A obra aborda o deslocamento e interpretação da cultura, a apropriação de materiais, e a criação de novas lendas.