Praça Clóvis Bevilacqua - Sé, São Paulo - SP, Brasil
Escultura afro-futurista na região da Praça da Sé, em São Paulo foi feita pelo artista plástico Lumumba Afroindígena e pela arquiteta Francine Moura.
A figura representa Tebas, o construtor à frente de seu tempo que comprou a própria alforria, aos 57 anos de idade – 110 anos antes da abolição da escravatura – e foi responsável por conceber marcos arquitetônicos importantes no triângulo histórico paulistano.
Joaquim Pinto de Oliveira (1721-1811) ficou célebre com a alcunha de Tebas, ‘alguém de grande habilidade’ na língua quimbundo. A sua aclamação profissional oficial ganhou relevância, nos últimos anos, tendo, inclusive, em 2018, sido chancelado pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (Sasp) – ocasião que datava mais de dois séculos de sua existência.
Originário da cidade de Santos, Tebas foi trazido para a capital pelo mestre pedreiro português Bento de Oliveira Lima, seu senhor, em 1740, com exímia habilidade na técnica da cantaria, o talhar de blocos de pedras, logo passou a ser disputado pelos templos católicos, na São Paulo do Brasil-Colônia. A ideia das ordens religiosas era substituir a taipa de pilão – método construtivo tradicional – para adornar com detalhamento mais requintado as fachadas das igrejas do triângulo histórico paulistano. Ele construiu a primeira torre da Matriz da Sé (1750) e, em 1769, reforma a mesma Torre da Sé e, em feito inédito, compra a própria alforria, aos 57 anos de idade, 110 anos antes da abolição da escravidão. Os ornamentos originais dos conventos da Ordem 3ª do Carmo (1775-1778), Ordem 3ª do Seráfico Pai São Francisco (1783) e Mosteiro de São Bento (1766 e 1798) também são de sua autoria. Ele ainda construiu uma fonte pública mais conhecida como o “Chafariz de Tebas”, (1791) no Largo da Misericórdia, onde, atualmente, está o cruzamento das ruas Direita, Quintino Bocaiúva e Alvares Penteado, na região central de São Paulo.